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Porque o PMDB precisa eleger Wilma para o Senado.

Por Thaisa Galvão.

O PMDB trabalha-trabalha para segurar e aumentar os índices de intenções de votos da candidata ao Senado, Wilma de Faria (PSB).
E por quê?
Porque o PMDB, que disputa o Governo do Rio Grande do Norte, sabe que, se a deputada Fátima Bezerra (PT) for a eleita para o Senado, não vai deixar o partido em paz por longos anos.
Já fiz essa análise aqui e faço de novo.
Se Fátima for eleita senadora, poderá ser candidata à prefeita de Natal daqui a dois anos, sem risco de perder a eleição e ficar sem mandato.
Se perder, volta para o Senado.
Mas, sinceramente, não acredito que ela vá queimar cartucho com a eleição municipal de logo ali e perder os longos 8 anos de Senado logo na estreia.
Fátima poderá apoiar, mais uma vez, uma candidatura do deputado Mineiro (PT), como em 2012.
Em 2012 Mineiro chegou perto…e essa poderá ser a senha para voltar a disputar a Prefeitura.
Ou…o Plano B do PT seria apoiar Robinson Faria (PSD) para a Prefeitura de Natal?
Claro que o PT não cogita hoje que Robinson, candidato a governador, perca a eleição.
Pelos números que dispõem, de estudos internos, os petistas apostam de olhos fechados na eleição de Robinson.
Mas, como eleição só se confirma após apurados os votos, e se o candidato apoiado pelo PT perder…a Prefeitura de Natal poderá ser o caminho.
E se até lá tiver tudo magiclic entre PSD e PT, Robinson, diante desse quadro, seria o nome.
Seguindo para 2018…
Eleita senadora agora, Fátima será, sim, candidatíssima ao Governo em 2018.
Seja o governador Henrique Alves (PMDB), seja o governador Robinson Faria (PSD).
Até lá, serão 4 anos de discursos focados no Governo, e apostando que o eleito agora estará desgastado.
Seja ele Henrique, hoje o adversário, seja ele Robinson, hoje o aliado.
E Fátima, com um capital de discursos otimistas dos últimos 4 anos, entrará sem desgaste para disputar o Governo.
E é isso o que o PMDB de Henrique vai tentar evitar, mesmo que Henrique não chegue ao Governo.
E o que acontecerá se, em 2018, Fátima disputar e perder uma eleição para o Governo do Estado?
Nada.
Ela volta para o Senado onde tem mais 4 anos de mandato.
O Senado não é mesmo o céu?
E a caminhada não termina aí.
Não eleita governadora do Rio Grande do Norte em 2018, Fátima Bezerra ainda entra na disputa pela Prefeitura de Natal em 2020, chegando à campanha com o recall de uma eleição perdida para o Governo, apostando na vitimização e apontando para uma gestão desgastada pelo tempo de quem estiver no poder estadual.
Pois pois…
Isso tudo será o saldo da eleição de Fátima Bezerra para o Senado.
E isso é tudo o que o PMDB de Henrique, do ministro Garibaldi Filho, do deputado Walter Alves, não quer.
Muito menos o PDT do prefeito Carlos Eduardo, que vai tentar se reeleger daqui a dois anos.