::MAJORSALESRN.COM - 24 DE OUTUBRO DE 2008::
Por: Alguiberto MoraisFonte: www.serradeluisgomes.com.br (Visite!)
Luís Gomes/RN – Coincidência ou não, mais um caso de doença rara é registrado no município de Luís Gomes. Portador da síndrome do Pterigio Polplitea ou Fócio Gênito -- uma patologia pouco conhecida pela medicina moderna -- um bebê de 7 meses pode não conseguir andar se seu caso não for tratado a tempo.
Filho de Elielza Matias de Oliveira Ismael, 27 anos, residente no sítio São Bernardo, zona rural deste município, o pequeno luisgomense nasceu com os tendões dos membros inferiores atrofiados e distanciados da musculatura das pernas.
Os tendões são estruturas fibrosas, com a função de manter o equilíbrio estático e dinâmico do corpo, através da transmissão do exercício muscular aos ossos e articulações. De acordo os médicos, a má formação desses tecidos ocorreu por conseqüência da falta de Ácido Fólico no período da gestação.
Mãe de quatro filhos, Elzinha conta que fez o pré-natal completo e, em nenhuma das consultas realizadas, foi avisada sobre a ausência de Ácido Fólico e sobre a má formação do feto.
“Não fui avisada de nenhum dos problemas que acometem meu filho, nem mesmo sobre a fissura lábio-palatal, que podia ter sido vista ao menos nas três ultrasonografias, mas que só foi detectada na hora do parto, me causando grande surpresa”, declarou.
Com relação ao lábio-palatal, ela disse que duas pequenas cirurgias já foram realizadas para corrigir a anomalia, sendo preciso fazer mais três para concluir o trabalho de correção
Já sobre o problema dos tendões, a mãe informou que ainda não foi feito nada além de algumas fotografias, que, segundo os médicos, estão sendo enviadas a outros centros clínicos em busca de uma possível solução.
Uma geneticista do Centro de Reabilitação Infantil (CRI), disse a dona de casa que o caso do filho dela é raríssimo, sendo conhecido apenas em livros de anatomia humana, afirmando ainda, ser único no Brasil. Já que não tem conhecimento de nenhum outro caso registrado.
Por outro lado, ela falou que nada pode ser feito sem a realização de uma Ressonância Nuclear Magnética, exame que vai mostrar com riqueza de detalhes o que ocorre no interior do local onde se apresenta a patologia.
Por ser um exame de alta complexidade e por ser em uma criança de 7 meses, a clinica está cobrando R$ 1,700.00, pela ressonância, um valor muito alto para quem não tem emprego e vive apenas de um pequeno contrato que o marido tem com a prefeitura de Luís Gomes.
Perguntada se já havia procurado o Sistema Único de Saúde (SUS) para custear o exame, a dona de casa respondeu que já faz cinco meses que espera pela autorização do SUS. “Aguardo o chamado há mais de 5 meses e, de acordo com informação da Secretaria de Saúde do município de Luís Gomes, o exame deve demorar. Pois a cidade só tem direito a uma ressonância desta por ano. Só me resta saber se este ano já foi requisitada alguma”, disse.
Sem ter muito que fazer, Elzinha torce que o SUS autorize o exame a tempo de resolver o problema do seu bebê. Já que na medida em que os dias vão se passando, também vão diminuindo as chances da criança conseguir andar. “Esperamos que alguma coisa seja feita para que nosso filho tenha o prazer de brincar e correr como todos os outros meninos”, complementou.
Na oportunidade, os pais do garoto aproveitam para agradecer a boa ação do prefeito Pio X Fernandes, que de livre e espontânea vontade, vem custeando as despesas com as diversas viagens à capital do Estado.